Já foi ventilado que Curitiba é a cidade campeã de suicídios. Sendo ou não, recentemente algumas tentativas têm sido bem registradas. Os fotojornalistas João Carlos Frigério, do plantão 190, e Lineu Filho, do Jornale, fotografaram situações parecidas em cenários diferentes. Ainda que, se levarmos o termo “cenário” para o lado subjetivo, o de ambos os suicidas deveria estar bem parecido, sinistro. Mas, os dois foram resgatados pelos Bombeiros.
Ficam dois exemplos de fotojornalismo eficiente. Além de guardar um fato, dialogam sobre ele, num click.
O de Frigério é mais lírico devido ao contraluz. Foi publicada no blog fotojornalismocuritiba. A sacada de enquadramento, deixando o homem na linha do sol, agrega duplo significado, o do desespero e o da luz, a do fim do túnel. Não se sabe quantas interpretações a imagem sugere, mas não são poucas. A torre deu tom ainda mais forte. Uma bela imagem.
Na foto de Lineu Filho, publicada no blog do Zé Beto, o relógio já faz entender de maneira rígida que ali a vida, se não chegar ao fim, se prorroga. Se não é mérito do fotógrafo o relógio estar ali, é dele a habilidade de linkar o local e a situação, e assim informar bem. Diriam alguns que: “com o relógio ali fica óbvio”. Porra nenhuma: Têm gente que chegaria lá, fecharia o quadro no cara sem notar a analogia com os ponteiros. Mas a imagem é mais. O cidadão olhando para baixo como a se perguntar: vou? E o avião subindo como quem grita: vá, e venha! Muito bom. Parabéns aos fotógrafos e vida nova aos suicidas!
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