sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Roubada a vista


Tem sido noticiado o anúncio da Columbia Pictures, sobre o longa metragem que irá focar o caso de amor entre os fotojornalistas Robert Capa e Gerda Taro. Será uma adaptação do romance Esperando Robert Capa, da espanhola Susana Fortes. O diretor será Michael Mann. Não foi divulgado quando o filme começa a ser rodado.
Por força de hábito, o projeto tem sido divulgado como “um filme sobre Robert Capa”. Mas é bem possível que a personagem Gerda Taro roube a cena.
Primeiro por que Gerda voltou ao noticiário recente. Em julho deste ano foi revelado ao jornal espanhol El País, o nome do homem que a matou. Aníbal González era o soldado que conduzia o tanque que atropelou a fotógrafa, quando ela cobria a Guerra Civil Espanhola, conflito que Gerda e Capa registraram juntos.
Segundo, porque a memória de Robert Capa enfrenta atualmente um tipo de hora H, do histórico questionamento sobre a “veracidade” de alguns dos seus instantâneos.
“O soldado caindo”, fotografia que gera polêmica há décadas, está cada dia mais encoberta pela sombra de uma possível encenação, ato que representa a morte do fotojornalismo. Outras fotos de Capa sempre estiveram sob essa suspeita.
Se toda a história de amor aparece mais, a individual de Gerda já tem seu romantismo. Nasceu na Alemanha, em 1910. Saiu do país no início da dominação nazista. Participava da resistência ao nacional-socialismo. Depois de presa em 1933, durante uma manifestação anti-nazi, foi morar em Paris.
Lá conheceu o fotógrafo André Friedmann, que mais tarde mudaria o nome para Robert Capa. Apaixonaram-se.
Em 1936, com a explosão da Guerra Civil na Espanha, o casal rumou para uma saga que somava a paixão pelo fotojornalismo com o ativismo político de ambos. Gerda morreu pouco tempo depois, em julho de 1937.
Para muitos ela foi uma mártir antifascista. Seu trabalho teve grande espaço e repercussão na imprensa francesa de esquerda.
Juntos
Seria mesmo difícil contar as histórias separadas. Além de um romance, Robert Capa e Gerda Taro mantinham um forte laço profissional.
Depois de alguns anos fotografando em conjunto, chegaram a assinar reportagens e fotos como Capa e Taro. Nessa fase os dois fotografavam em formatos iguais, o retangular, 35 milímetros.
Num período anterior até podia-se saber de qual dos dois era o trabalho. Capa já usava câmeras Leica, com formato retangular, Taro fotografava com uma Rollei, com formato quadrado.
Sejam quais forem esses detalhes, é importante lembrar que se os dois fizeram fama juntos, nos casos em que, possivelmente um encenou poses, o outro ajudou.
Pseudônimos
A exemplo de Robert Capa, o nome dela também não era Gerda Taro, e sim Gerda Pohorylle.
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