Que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas
Mas pouca gente sabe que além dos shows que Fawcett tramou com as loiras, das parcerias com celebridades da música, ele publicou em texto, essa coisa toda.
No dizer do cineasta Cacá Diegues, que assina o prefácio, Fausto “talvez seja o primeiro escritor brasileiro a reproduzir essa estrutura de pensamento audiovisual em seu texto”.
Para Diegues, uma nova lógica desse aparato visual se revelava na inspiração de Fawcett em cidades como o Rio que: “são compostas de sua real paisagem e da imagem delas, até o ponto em que ambas se confundem e formam um terceiro real que habita o inconsciente de suas populações".
Pode ser que esses efeitos não sejam tão surpreendentes hoje, já que acabamos assumindo com o tempo que somos uma sociedade de imagem. Mas em 1992 essa percepção era privilégio de poucos estudiosos da linguagem da mídia e da semiótica.
Flashes explodem na cara
Outra leitura surpreendente é Copacabana Lua Cheia, um livro-revista que, descrito pelo próprio autor, “é uma espécie de carta urbana inspirada em Copacabana”.
Um trecho: “ Flash na boceta. Polaroid Vaginal é tão normal em se tratando de Samantha Kelly Morgan, vadia letrada que viaja bancada por revistas de pesquisa do terceiro mundo, baseadas no primeiro. Ela na faz reportagem para denunciar ou criticar ou expor mazelas da injustiça social global. Ela sabe que todas as civilizações têm muito de morte organizada, muitos têm que sobrar para uma minoria prosperar e ponto final. Se não tiver gente fodida não tem graça”.