quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

As compactas ainda vão dar o que falar...

Mal de você.
Ou bem.
A situação é a seguinte: Você está lá ganhando seu doce dinheirinho fotografando um evento. Nele algumas senhoras na melhor idade estão felizes da vida. aaaiai...
Então, como sempre: moooço tira uma foto nossa? - Claro, claro.
Você faz a foto e logo, do grupo, sai uma tia mais esperta e diz com ternura: você pode tirar uma com a minha?
Isso é comum, quem é neto, sobrinho ou trabalha com foto está acostumado.
Então você, todo gentil diz novamente – claro, claro.
Malandrão da era digital, você vai até deixar feliz quem o contratou, na entrega de suas fotos. Mas...
Acontece que você não chegou a ouvir falar da paralaxe.
E aquela despretensiosa foto com a compacta da tiazinha, queima seu nome e sua fachada de simpático fotógrafo. O retratista boa gente e prestativo passa a ser o Zé Lelé, o Pedro Bó, o bobalhão, que fez com aquela simples câmera, uma foto onde as cabeças estão cortadas.
Sim, você fez suas boas imagens com sua SLR Digital. Mas decepou a velha guarda da turma com uma compacta analógica, daquelas que só é preciso mirar e apertar o botão.
É, não é do seu tempo mesmo. Mas é útil saber que nessas compactas, perigosas aos modernos, o visor está um pouco acima da lente. Ou seja, sua visão não é a mesma do filme. Essa diferença é a paralaxe, como mostra a ilustração tirada do livro Escola de Fotografia, de José Antonio Ramalho e Vitché Palacin.


Você terá sempre que lembrar disso e depois de enquadrar as pessoas, dar uma levantadinha e aí sim clicar. Quanto mais perto estiver a galera mais esse cuidado é necessário.
Dica boba e anacrônica? Pode ser, mas com qualquer câmera, quem se diz e se pretende fotógrafo, têm que corresponder.



fotos: Guilherme Artigas
de algumas da minha coleção

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