terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Lembranças




Uma guerra foi travada na década de 70, entre os fabricantes de fitas para vídeo cassetes. Começou exatamente em 1976, ano do meu nascimento.
Sony e JVC foram as principais concorrentes pela patente dominante do formato. A primeira com a Betamax e a segunda com a que prevaleceu, a VHS.
Poucos anos depois, cerca de 80% das indústrias do ramo fabricavam o VHS.
Nos anos 80 as duas marcas voltaram a competir pelo formato que teria que estar de acordo com a exigência de maior qualidade de imagem. O sinal de vídeo passara de 280 para 400 linhas de resolução.
A Sony lançou a Vídeo 8 e pouco mais tarde a Hi8, de menor tamanho e com maior tempo de gravação (4 horas).
Também diminuindo o tamanho, a JVC venceu de novo com a fita VHS-C, que mesmo tendo a metade de tempo de gravação da concorrente, passou a dominar esse mercado de produção.
Foi uma VHS-C Minolta, de 1989, minha primeira câmera de vídeo.
Eu aloprava muito com ela. Filmava aniversários e festas da família, meu pai jogando bola, e pouco deixava os outros pegarem.
Fui cabaço na armazenagem, perdi quase tudo e me apavorei tanto vendo o mofo nas fitas, que nem pensei que pudesse haver restauração. Tudo bem.
O consolo é que lembro de muitas vezes que captei imagens, bem piázão. Na época eu dizia apenas, filmando.
Se alguém chagasse falando que eu estava “captando imagens”, a eu ia pirar o cabeção e ia sair corrigindo todo mundo: “eu não filmo, eu capto imagens!” Sempre gostei de vocabulário incrementado.
Mas eu cresci falando em filmar. E fotografar aprendi com meu pai, dizendo que para não tremer a foto, eu teria que prender a respiração na hora do click, e com o soldado Sardinha, que era fotógrafo do Corpo Bombeiros.
Hoje, fotografei a minha filmadora minolta. Foi muito bom.
Um abraço a todos e nada de guerras e muita concorrência. Nenhuma vai ser mais querida que minha minolta.

Fotos:Guilherme Artigas

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