quinta-feira, 14 de maio de 2009

As metas do Arnaldo

A cada dia que passa vivemos mais as expectativas da TV digital. Se já sentimos alguns efeitos, no ver e produzir, é interessante reler um texto de 15 anos atrás, feito por Arnaldo Antunes. O título: Metas para a TV do futuro.
São várias frases numeradas. Estão no livro 40 escritos, de 2000. Ainda bem, porque originalmente o texto foi publicado na revista Globosat, de outubro de 93. Só seria lido, muito, por acaso.
Algumas destas metas estão aqui. Muita coisa fantasiosa ou ainda distante para nossa realidade século XXI de fraldas. Outras são bem atuais.


2 “Programação ininterrupta durante a madrugada”.

Essa é simples. Arnaldo Antunes devia ser bem informado. Em outros lugares a TV aberta provavelmente estava 24 horas no ar. Mas quem recorda o começo dos anos 90, sabe que no Brasil, lá pelas tantas, nem tantas, ouvia-se uma música clichê, para depois as linhas coloridas e seu relógio mandarem dormir. Era triste algumas vezes.

6 “TVs de bolso”.

Com telefone, normal:

7 “TVs descartáveis”.

Essa das descartáveis é tão distante quanto a número 20:

20 “Aparelhos inteiramente produzidos com material reciclado”.

Há pensamentos libertários. Algo que tem muito haver com a militância por uma internet e um planeta livres, sem muitas fronteiras e com todo mundo podendo produzir e divulgar suas coisas. Muito empolgantes, por sinal:

5- “Unificação dos formatos, bitolas e sistemas de codificação. Extinção das reservas de mercado. Um só sistema mundial de vídeo”.

ou

13 “Tecnologia digital de gravação, edição e reprodução ao alcance de qualquer consumidor. Vídeo câmeras caseiras com qualidade profissional. Acesso mais corrente aos meios de comunicação.

Essa 13 já é realidade para alguns.

Outras previsões encontram execução hoje em dia. Na atualidade ouve-se a proposta inicial da Tv digital. Resume-se em tornar a exibição e a tela mais dinâmicas, com interatividade considerável, mesmo que o leque de alternativas continue com limitações obedientes ao mercado. A próxima meta se equilibra entre esse possível de hoje, e a ultra-imaginação do autor:

11 “Todos os canais simultaneamente na tela, por subdivisão e também por fusão das imagens e dos sons.”

Na seguinte ele escancara e sonha uma interatividade verdadeira:

12- “Possibilidade de inserção de imagens e sons outros que interfiram e se relacionem com o material transmitido.”

No fim, Arnaldo Antunes parece tornar suas “metas para o futuro’, presentes até onde for possível.

18 “Transmissões interplanetárias”

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