sábado, 11 de julho de 2009

Sempre

Até dia 29 de setembro, no centro Cultural Calouste Gulbenkian em Paris, estará a exposição Au Féminin – Women Photographing Woman (No Feminino - Mulher fotografando mulher).
De acordo com o informativo do Gulbenkian, é um equilíbrio na balança. Tradicionalmente a história da fotografia, como a história em geral, é protagonizada por realizações de homens.
Em 1989, nas comemorações dos 150 anos da fotografia, a principal exposição, The Art of photography, realizada em Londres, selecionou trabalhos de quatro mulheres, entre os 97 fotógrafos lembrados.
Segundo a curadoria, apesar de já terem sido promovidas outras mostras, especialmente de fotógrafas mulheres, essa é a primeira grande exposição do tema.
Au Féminin tem mesmo envergadura de revisão histórica minuciosa e respeitável. São obras de uma centena de fotógrafas, de todos os continentes. O conjunto corresponde a todas as épocas e gêneros da fotografia.
Mesmo com áurea de redenção do papel importante que as mulheres tiveram na fotografia, a exposição não discute sobre o universo feminino nem se restringe a tratar sobre a vida das fotógrafas. No dizer do organizador, Jorge Calado, “Esta iniciativa que ser, antes de mais, uma exposição de imagens fotográficas e não um ensaio sobre as suas autoras”.
Entre as selecionadas vamos destacar aqui algumas Norte Americanas. Uma delas é Gertrude Käsebier (1852-1934). Foi uma das principais expoentes da Foto-Secession, um dos primeiros grupos que defendia a fotografia como um meio expressivo da arte. Apesar do marido se opor, Gertrude construiu uma bela carreira. Foi uma retratista famosa em Nova York. Concentrava-se na vida doméstica, muitas vezes retratando cenas cotidianas de crianças e mulheres.

Foto: Gertrude Käsebier - The Dance


Outra importante Norte Americana que trabalhou pelo reconhecimento da fotografia como expressão puramente artística foi Imogen Cunningham (1883-1976).
Em 1932 fundou, junto com Ansel Adams e outros mitos da fotografia, o grupo f/64, nome inspirado na menor abertura de diafragma das lentes da época, o que sugeria profundidade de campo, imagens detalhadas, com boa definição e total controle técnico. Foi uma conspiração em favor da qualidade no processo fotográfico.
Segundo a curadoria do Gulbenkian, "é impensável falar de modernismo sem evocar Imogen Cunningham." Suas fotos abordam temas naturais e urbanos. Gostava de retratar o trabalho nas indústrias e também fazia belos nus.


Imogen Cunningham fotografando a modelo Twinka Thiebaud – Califórnia 1974 - Foto: Judy Dater



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