Já foi razoavelmente divulgada a exposição “Legado Sagrado”, do fotógrafo norte americano Edward Curtis. A mostra fica até 1º de março na galeria da Caixa Cultural de Curitiba. Segue então para São Paulo, Rio e Salvador.
Parte dos milhares de fotografias de Curtis, feitas entre 1901 e 1930, foi inserida na coleção “O índio Norte Americano” - The North American Indian.
No material de divulgação está posto que essa coleção é “uma das mais importantes e controversas representações da cultura indígena”.
Buscando maiores referências sobre a obra de Edward Curtis percebe-se que seu trabalho é, sobretudo uma valiosa mostra de um povo em processo de desaparecimento.
Como outras tantas nações indígenas do continente americano, a cultura dos índios nos Estados Unidos sucumbiu devido a uma motivação expansionista.
No mesmo período em que Curtis percorreu o Oeste de seu país, o governo fomentava a ocupação dessa região. A identidade dos EUA crescia a todo o vapor e era “correto” o cidadão civilizar aquela parte do território.
Nesses tempos também era vigoroso o desenvolvimento da tecnologia fotográfica.
Apesar do fotógrafo pretender mostrar o indigenismo genuíno daquelas comunidades, elas já estavam cedendo a influência do “homem branco”.
Assim, o valor do registro de Curtis é motivo de polêmica principalmente na história etnográfica dos EUA.
A esfera acadêmica estaria dividida “entre condenação e elogios”, como afirma James Faris (The Navajo photography of Edward Curtis. History of Photography, v.17, n. 4, Winter, 1993).
Questionando totais boas intenções de fazer um retrato da vida indígena, parte dos historiadores defende que Curtis estava consciente e, de certa forma favorável à desintegração cultural que se desenhava.
A controvérsia está na interpretação da postura do fotógrafo.
Parte dos milhares de fotografias de Curtis, feitas entre 1901 e 1930, foi inserida na coleção “O índio Norte Americano” - The North American Indian.
No material de divulgação está posto que essa coleção é “uma das mais importantes e controversas representações da cultura indígena”.
Buscando maiores referências sobre a obra de Edward Curtis percebe-se que seu trabalho é, sobretudo uma valiosa mostra de um povo em processo de desaparecimento.
Como outras tantas nações indígenas do continente americano, a cultura dos índios nos Estados Unidos sucumbiu devido a uma motivação expansionista.
No mesmo período em que Curtis percorreu o Oeste de seu país, o governo fomentava a ocupação dessa região. A identidade dos EUA crescia a todo o vapor e era “correto” o cidadão civilizar aquela parte do território.
Nesses tempos também era vigoroso o desenvolvimento da tecnologia fotográfica.
Apesar do fotógrafo pretender mostrar o indigenismo genuíno daquelas comunidades, elas já estavam cedendo a influência do “homem branco”.
Assim, o valor do registro de Curtis é motivo de polêmica principalmente na história etnográfica dos EUA.
A esfera acadêmica estaria dividida “entre condenação e elogios”, como afirma James Faris (The Navajo photography of Edward Curtis. History of Photography, v.17, n. 4, Winter, 1993).
Questionando totais boas intenções de fazer um retrato da vida indígena, parte dos historiadores defende que Curtis estava consciente e, de certa forma favorável à desintegração cultural que se desenhava.
A controvérsia está na interpretação da postura do fotógrafo.
Tá e daí?
A nós que não somos da época, resta pensar nos registros bem intencionados. Sem que se aponte qualquer condenação ou defesa de Curtis, não será ruim perguntar-se o que estamos fazendo pela comunidade que retratamos.
Nossos caboclos e caiçaras estariam seguros de sua continuidade? Como podemos ajudá-los com nosso trabalho e contribuir para a conservação dessa cultura? Que nenhum de nós tenha o infeliz reconhecimento de ser o último a registrar uma gente que se perdeu, devido ao domínio do povo que a fotografou.
foto: Observando os dançarinos, Povo Hopi, 1922 - de Edward Curtis
A nós que não somos da época, resta pensar nos registros bem intencionados. Sem que se aponte qualquer condenação ou defesa de Curtis, não será ruim perguntar-se o que estamos fazendo pela comunidade que retratamos.
Nossos caboclos e caiçaras estariam seguros de sua continuidade? Como podemos ajudá-los com nosso trabalho e contribuir para a conservação dessa cultura? Que nenhum de nós tenha o infeliz reconhecimento de ser o último a registrar uma gente que se perdeu, devido ao domínio do povo que a fotografou.
foto: Observando os dançarinos, Povo Hopi, 1922 - de Edward Curtis
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